País: Inglaterra
Gênero: Drama
Ano: 2009
Duração: 112 minutos
30/03 (**) Regular
Baseado em livro homônimo de Oscar Wilde (1854-1900), o filme é uma falta de respeito à memória do grande escritor. Diante do mau uso do personagem em A Liga Extraordinária, O Retrato de Dorian Gray seria um grato retorno do jovem eterno ao cinema, mas o filme do diretor londrino Oliver Parker também não faz justiça ao único romance de Wilde.
Mais conhecido pelo papel do príncipe Caspian na franquia As Crônicas de Nárnia, Ben Barnes foi o escolhido para viver Dorian e não foi uma das melhores opções. Se bem que poucos atores fariam melhor com um roteiro tão fraco, mas Barnes também não ajuda. Ele entrega uma atuação muito genérica e nada profunda, não representando um dos personagens históricos da literatura. Dá a entender que Barnes interpretou não envelhecer como significado de não ter expressões faciais.
Dorian Gray é um rapaz pinta e inexperiente que é apresentado à "high society" por Henry Wotton (Colin Firth). Além da amizade com Wotton, Gray cultiva uma relação próxima com Basil Hallward (Ben Chaplin), um artista que resolve pintar um retrato seu. Ao dar uma olhada no quadro, Dorian faz a promessa de que daria tudo para permanecer com o visual nele estampado. Dorian, então, passa a manter a mesma aparência com o passar do tempo, o que não acontece com a pintura.
Nada em O Retrato de Dorian Gray tem muito destaque, nem mesmo a atuação de Firth (aliás, o espectador fica com raiva do personagem dele, que coloca Gray na perdição, e que no final tenta uma redenção em prol da sua filha) , que é mais próxima das que vi em Bridget Jones, O Discurso do Rei e em Kingsman.
Ironicamente, O Retrato de Dorian Gray, com a perfeição britânica na ambientação, nos figurinos e nas maquiagens, mas raso em conteúdo, ilustra uma das questões que Wilde levanta no romance, a das obras de arte belas por fora e ocas por dentro. Se o filme motivar as pessoas a lê-lo, já terá cumprido o seu papel.
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