segunda-feira, 27 de abril de 2015

Chocolate (Cho̜kkōlæt)

País: Tailândia
Gênero: Ação
Ano: 2008
Duração: 110 minutos

23/04 (*) Ruim
Zen é uma garota que precisa ajudar sua mãe ao descobrir que ela sofre de câncer. Ao encontrar uma pequena agenda com valores devidos à sua mãe por uma gangue de criminosos, Zen decide ir atrás deles para recuperar o dinheiro. Sendo muito habilidosa em artes marciais, isso não seria uma tarefa difícil para Zen... Não fosse o fato de ser autista. Agora, com a ajuda de seu amigo Spider, Zen terá de encontrar forças para enfrentar uma legião de criminosos e salvar sua mãe... Além de sua própria vida.

Durante duas semanas tentei, a finco, assistir esse filme. Lendo sua sinopse, pensei "rapaz, uma menina autista que luta muay thai, acho que vai ser bom.". Que nada. Me decepcionei muito. Um roteiro fraco, que combinado com os atores de péssima atuação, contribuíram para minha nota.

O que salva o filme é sua mensagem sobre os autistas, uma campanha muito forte nos dias atuais, e a coreografia das lutas, todas feitas sem dublês, mas que também não chegam a ser nada de muito maravilhosas. O cinema tailandês é muito bom em artes marciais, entretanto, precisa urgentemente melhorar o roteiro e a qualidade dos atores. Filme com porradaria é sempre bom, mas esse ficou devendo.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Batman: O Cavaleiro das Trevas - Parte 2 (Batman: The Dark Knight Returns - Part 2)


País: EUA
Gênero: Animação
Ano: 2013
Duração: 75 minutos

23/04 (*****) Excelente
Na ânsia do filme "Batman vs Superman: O Despertar da Justiça" e do seu trailer lançado dias atrás, resolvi assistir essa animação. A história mostra Bruce Wayne aposentado, aos 55 anos, tentando levar o que mais se aproxima de uma vida comum, mas a onda de crimes em Gotham City não o deixa em paz. Até que ele resolve vestir novamente o manto do morcego e, uma vez mais, perseguir os criminosos pelas ruas, o que desencadeará uma série de eventos que pode significar a destruição da cidade.

Basicamente, a animação se divide entre o confronto do Batman contra o Coringa e finalmente contra o Superman. As qualidades se mantém. A animação continua fiel em essência e toda a violência, críticas políticas, cinismo, grandes sacadas e roteiro amarrado do Miller estão ali. O traço das animações em si também é ótimo, está entre o mais bem-feito, senão o melhor desses produzidos pela Warner, o que é uma pena, pois a divisão do estúdio que produzia esses longa metragens foi fechada e agora teremos animações de outra divisão, apesar de que a qualidade técnica deve se manter.

Ao final, temos duas animações primorosas e que fazem justiça a clássica graphic novel do Frank Miller, mas é claro que muita coisa não foi possível ser transposta para animação. Muito do texto do Frank Miller ficou de fora, todos os monólogos internos do Batman nos balões de pensamento tiveram que sair para não quebrar o ritmo da ação. Aliás, não só os do Batman, mas também dos outros personagens como o Superman. E falando nele, a cena de luta entre Batman e Superman foi bastante estendida. A intenção foi deixá-la mais épica, mas acabou ficando bem exagerada,um pouco curta e irreal , já que o Batman, mesmo de armadura, não aguentaria as porradas do Superman daquele jeito.

Mesmo assim, a animação é sensacional e obrigatória para os fãs do Batman e dos heróis da DC Comics, também dos fãs de quadrinhos, até porque é uma história clássica e um marco que praticamente todo leitor conhece ou pelo menos já ouviu falar. Funciona muito bem como animação e também como história isolada, o que é muito importante. E querendo ou não, o traço do Frank Miller “afugenta” leitores iniciantes, pois ele é muito sujo e tem um estilo bem único. Já a animação é bem mais limpa, mesmo que se mantenha muita coisa da HQ como o Batman quadradão. Por um lado, se perde aquela linguagem dos quadrinhos que torna The Dark Knight Returns ainda mais densa, mas é bom para expandir o público. De todas as formas, é o Batman em seu melhor momento.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)

terça-feira, 21 de abril de 2015

Um Tira no Jardim de Infância (Kindergarten Cop)


País: EUA
Gênero: Comédia/Ação
Ano: 1990
Duração: 111 minutos

19/04 (****) Ótimo
Uma dupla de policiais está atrás de um traficante de drogas. Sabendo que ele quer encontrar sua ex-esposa e filho, com quem suspeita que esteja 3 milhões de dólares vindo das drogas, os policiais partem para outra cidade. Se infiltrando em um jardim de infância, eles pretendem encontrar a criança antes do pai.

Clássico da Sessão da Tarde. Ver Schwarzenegger, lidando com as crianças, e mesmo tendo um pouco de ação na trama, quebrando seu padrão de filmes, é bem divertido. Lógico que a trama é óbvia e sabe-se qual será o final, mas serve bem para entreter. Com certeza esse filme serviu de inspiração para o filme "Operação Babá" com Vin Diesel.

O cinema sempre aposta em trazer comédias envolvendo crianças com grandalhões. E o mais engraçado é que isso funciona bem, na maioria das vezes. Na ocasião aqui temos Arnold Schwarzenegger, se infiltrando em meio crianças inocentes e ingênuas, para poder concluir sua investigação policial. Mas quem se dá bem, na verdade, é quem assiste ao filme, pois, mesmo sendo infantil, o filme garante grandes gargalhadas.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)

domingo, 19 de abril de 2015

A Ressaca (Hot Tub Time Machine)

País: EUA
Gênero: Comédia
Ano: 2010
Duração: 100 minutos

06/04 (***) Bom
Dá até pra imaginar o pitch (o termo hollywoodiano usado para vender um projeto para os estúdios) de A Ressaca (Hot Tub Time Machine, 2010): "Uma mistura de De Volta Para o Futuro com Se Beber Não Case".

A comédia de Steve Pink pega a temática "sacana" que voltou à moda ultimamente e a cerca de elementos de ficção científica. Ao lado do sexo, drogas e rock'n'roll há viagens no tempo, a quebra da continuidade e a clássica entidade enigmática (que lembra até um ser superior tentando acertar as coisas) que guia os protagonistas.

A jornada temporal de A Ressaca  envolve um grupo de amigos quarentões, todos insatisfeitos com o rumo de suas vidas. Um acaba de ser largado pela mulher (John Cusack), outro vive com sua esposa controladora que ele acha que está o traindo (Craig Robinson), e o terceiro, solitário, tenta o suicídio sem sucesso  (Rob Corddry). O elenco é fechado com o viciado em jogos de realidade virtual que têm problemas de sociabilidade (Clark Duke). Para curar as tendências suicidas do amigo , os demais resolvem levá-lo à Kodiak Valley, uma festiva cidade nas montanhas onde eles passaram o melhor fim de semana de suuas vidas. Porém, ao chegarem lá, descobrem que tudo mudou - e o paraíso da mulherada e bebedeira tornou-se uma cidade fantasma da terceira idade. Até que entra em funcionamento a "jacuzzi do tempo" do título em inglês... E eles voltam à épica década de 80, quando, temerosos de uma suposta destruição do futuro, decidem recriar cada passo dado naquela noite, mesmo que seja doloroso.

A produção poderia ser mais divertida se não tentasse, além do mix acima, juntam ainda dispensáveis lições de vida, transformando tudo em um filme de treinamento para a crise de meia-idade. A conclusão, totalmente voltada para essa ideia, é sinceramente tediosa. Lições de vida são chatas quando tudo o que você quer é se divertir um pouco.

Além disso, os filmes desse gênero sabem como preparar o terreno para escatologias e piadas sexuais. Esse não. Todos esses momentos em A Ressaca parecem gratuitos e exagerados. Não há desculpa para a sequência em que, depois de perder uma aposta para William Zabka (o Cobra Kai Johnny do Karatê Kid original!), o personagem de Corddry tem que realizar um "bola gato" em seu amigo. Dentro de um contexto, piadas assim funcionam (o final de Se Beber Não Case, por exemplo, tem uma das melhore "piadas de pinto" de todos os tempo). Largadas aleatoriamente, não passam de grosseria (tirem as crianças da sala!).

Enfim, para cada ideia digna de uma gargalhada, o filme pisa em casca de banana em outras. E como a distribuidora nacional escolheu um título casual que pega carona no sucesso de Se Beber Não Case (The Hangover, a ressaca), ao invés de optar por uma tradução literal de Hot Tub Time Machine (máquina do tempo-banheira de hidromassagem), perde-se ainda a mais honesta (improvisada, talvez?) e engraçada cena do filme. Nela, o sensacional Craig Robinson (famoso pela participação em The Office), ao observar o maquinário que os levou ao passado, comprova o óbvio ("Mas é uma banheira... máquina do tempo...") e dá um longo olhar semicerrado para a câmera. Ao quebrar a quarta parede com essa frase, a comédia prepara elegantemente o público para um humor despretensioso e safado. Pena que não consegue seguir assim até o final.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)

terça-feira, 7 de abril de 2015

Velozes & Furiosos 7 (Fast & Furious 7)



País: EUA
Gênero: Ação
Ano: 2015
Duração: 140 minutos

06/04 (*****) Excelente
Desde que se assumiu como uma franquia de coisas impossíveis,Velozes & Furiosos abraçou o absurdo. Ao longo dos anos, as cenas de ação foram ficando cada vez mais exageradas, assim como as falas de Vin Diesel sobre o real significado da família. Diante da necessidade/responsabilidade de se prestar uma homenagem, também era de se esperar que o peso dramático no filme fosse grande (também fui com esse pensamento). E é justamente isso que acontece. Velozes & Furiosos 7 não economiza em homenagens ao ator Paul Walker, que faleceu em novembro de 2013 (chocando a todos, inclusive a mim) sem completar as filmagens da produção.

O malaio James Wan, o quarto diretor da série, sai da zona de conforto para mostrar que o terror - que revitalizou com filmes como Jogos Mortais, Invocação do Mal e Sobrenatural - não é o único estilo que domina. O cineasta cria recursos visuais para registrar os balés dos carros e das lutas, abusando de ângulos e movimentos, sempre acompanhando a ação de muito perto e valorizando o 3D com sequências de tirar o fôlego (cito a cena onde Toretto e Brian atravessam três prédios a bordo de um superesportivo).

Cada sequência de Velozes e Furiosos 7 é pensada para explorar uma estética distinta. Há cenas no deserto, fechadas em interiores, em florestas, no topo de precipícios, no ar, essencialmente urbanas... cada uma com uma qualidade distinta. Em todas, o exagerado/extravagante é a regra. Carros desafiam as leis da física, assim como os humanos as da biologia. Vin Diesel e seus companheiros saem ilesos de provações que transformariam em pasta qualquer pessoa. Nem uma gotinha de sangue escorre pelo nariz dos caras, garantindo a classificação indicativa baixa e ampliando a faixa etária e a diversão, lembrando até Os Trapalhões. As gargalhadas são garantidas, principalmente com Roman Pierce (Tyrese Gibson) e suas tiradas cômicas.

A pancadaria rola solta e é de encher os olhos. Em determinado momento, Diesel e o vilão do filme, Ian Shaw (Jason Statham), encaram-se prestes a ter um de seus (vários) confrontos no filme. Os estilos são paralelamente opostos e o segundo questiona "você achou que teríamos uma briga de rua?" Statham, classudo, inglês, equipado - um ex-espião da Rainha... o James Bond perfeito. Diesel, desleixado, inchado, suado - o representante das ruas. É o contraponto que o roteirista Chris Morgan encontrou de antagonizar o velho e o novo, o exagero inocente do passado dos filmes de 007 à nova geração.

Se Bond lutava pelo seu país, porém, Toretto nunca mudou seu objetivo: manter sua família à salvo. Com os anos o elenco ficou menos enjoado e encontrou diversão na marra e na descompostura, mas o núcleo familiar nunca mudou. Toretto fez questão de garantir esse sentimento em todos os filmes em que participou. Daí vem a parte mais aguardada do filme, a homenagem a Paul Walker. É difícil não ficar tocado com as homenagens à Walker. Eu mesmo não consegui segurar as lágrimas. A família do cinema, para Diesel, que tanto deve à franquia, estendeu-se para fora das telas e a conclusão tem grande dignidade nesse sentido, com direito a frases do tipo "ele vai estar sempre comigo" ou "será para sempre meu irmão", é realmente emocionante ver uma equipe ter que dizer adeus a um de seus integrantes.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)

Tudo por um Furo (The Anchorman 2)

                                         

País: EUA
Gênero: Comédia
Ano: 2013
Duração: 119 minutos

05/04 (***) Bom
Tudo por Um Furo (Anchorman 2), título que foi mudado aqui no Brasil visto o fraco desempenho comercial, e desse jeito vem tentando se vender como novo. Um estratégia assim seria odiosa mas neste caso até se justifica. Finalmente, depois de dez anos, a história do lendário jornalista Ron Burgudy tem sua continuação.

Erra quem vê no filme estrelado por Will Ferrell e mais uma vez dirigido por Adam McKay somente com um besteirol. Tanto O Âncora como Tudo por Um Furo  são sátiras de dois momentos sociais importantes. No original, Ron vê-se ameaçado pelo surgimento de uma mulher como co-apresentadora de seu telejornal(E aí Fátima? rs). Neste as críticas são mais atuais, o jornalismo que entretém, como meio para conquista de audiência.

O veterano jornalista Ron Burgundy (Ferrell), na trama, falido e esquecido, recebe a oportunidade de comandar o horário mais ingrato da primeira emissora da história dedicada 24 horas à notícia.  No início dos anos 80, o personagem bigodudo de Will Ferrell já está com sua família formada, com uma boa vida profissional, porém recebe uma notícia que muda tudo. Mesmo assim, ele consegue dar a volta por cima em seu noticiário, conseguindo reunir seus antigos colegas de profissão, que seguiram outros rumos.

Também se repete a ideia de batalha campal entre vários veículos de imprensa. É a parte que eu menos gostei no filme como um todo. Muita patifaria junta, coisas que extrapolam o limite da física e da razão. Muito repetitivo, mas também há uma apoteose graças às participações especiais de nomes como Tina Fey, Jim Carrey, John C. Reilly, Liam Neeson, Kirsten Dunst, Sacha Baron Cohen, Amy Poehler, Vince Vaughn e Will Smith. A batalha é louca, destacando novas mídias (para o final da década de 70) como a MTV e a ESPN, e ainda brincando com o History Channel, que trata de história ao mesmo tempo em que dá destaque à mitologia.

O filme destaca o início dos canais segmentados, incluindo uma batalha cheia de participações especiais, que se torna épica. A trama é simples e a narrativa segue uma fórmula que deu certo no primeiro filme, mas que aqui pode soar repetitiva. Temos o crescimento e sucesso da equipe, as brigas internas e a queda de Ron Burgundy ao desespero, para ser seguida de um momento de redenção.

Não se trata de uma obra inesquecível, mas sem dúvida faz justiça ao nome de Ron Burgundy.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O Protetor 2 (Tom Yum Goong 2)

País: Tailândia
Gênero: Ação
Ano: 2013
Duração: 103 minutos

03/04 (***) Bom
Depois de fazer sucesso com O Protetor, o astro da ação Tony Jaa que poderá ser visto brevemente em Velozes e Furiosos 7 está de volta à ação nove anos mais tarde com O Protetor 2 (The Protector 2). A sequência segue Jaa fugindo da polícia e se envolvendo em um ringue de luta subterrânea onde ele vai ter que lidar com LC (RZA), um senhor do crime que está obcecado em reunir os melhores lutadores marciais de todo o mudo. 

Para quem se surpreendeu com Ong-Bak e O Protetor, vem na expectativa de assistir essa continuação com sede de pancadaria bem trabalhada, como é de costume nos filmes citados. Tony Jaa é um dos maiores nomes da atualidade em artes marciais, desde Jet Li e Jackie Chan, sendo mestre de Muay Thai Boran (Muay Thai Tradicional). 

Como eu falei, a pancadaria e as cenas de ação não faltam, mas, ao contrário do primeiro filme, abusaram das cenas de CG, deixando-as toscas demais. Devido ao baixo orçamento percebe-se a qualidade dos efeitos visuais, evitando uma comparação esdruxula com Hollywood. 

Eu curti um pouco. Não é melhor que o primeiro mas é bem melhor que as continuações de Ong-Bak, cuja história se perdeu totalmente do primeiro, esse ao menos segue a linearidade do anterior, sobrando outra vez para o seu elefante de estimação.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)