terça-feira, 7 de abril de 2015

Velozes & Furiosos 7 (Fast & Furious 7)



País: EUA
Gênero: Ação
Ano: 2015
Duração: 140 minutos

06/04 (*****) Excelente
Desde que se assumiu como uma franquia de coisas impossíveis,Velozes & Furiosos abraçou o absurdo. Ao longo dos anos, as cenas de ação foram ficando cada vez mais exageradas, assim como as falas de Vin Diesel sobre o real significado da família. Diante da necessidade/responsabilidade de se prestar uma homenagem, também era de se esperar que o peso dramático no filme fosse grande (também fui com esse pensamento). E é justamente isso que acontece. Velozes & Furiosos 7 não economiza em homenagens ao ator Paul Walker, que faleceu em novembro de 2013 (chocando a todos, inclusive a mim) sem completar as filmagens da produção.

O malaio James Wan, o quarto diretor da série, sai da zona de conforto para mostrar que o terror - que revitalizou com filmes como Jogos Mortais, Invocação do Mal e Sobrenatural - não é o único estilo que domina. O cineasta cria recursos visuais para registrar os balés dos carros e das lutas, abusando de ângulos e movimentos, sempre acompanhando a ação de muito perto e valorizando o 3D com sequências de tirar o fôlego (cito a cena onde Toretto e Brian atravessam três prédios a bordo de um superesportivo).

Cada sequência de Velozes e Furiosos 7 é pensada para explorar uma estética distinta. Há cenas no deserto, fechadas em interiores, em florestas, no topo de precipícios, no ar, essencialmente urbanas... cada uma com uma qualidade distinta. Em todas, o exagerado/extravagante é a regra. Carros desafiam as leis da física, assim como os humanos as da biologia. Vin Diesel e seus companheiros saem ilesos de provações que transformariam em pasta qualquer pessoa. Nem uma gotinha de sangue escorre pelo nariz dos caras, garantindo a classificação indicativa baixa e ampliando a faixa etária e a diversão, lembrando até Os Trapalhões. As gargalhadas são garantidas, principalmente com Roman Pierce (Tyrese Gibson) e suas tiradas cômicas.

A pancadaria rola solta e é de encher os olhos. Em determinado momento, Diesel e o vilão do filme, Ian Shaw (Jason Statham), encaram-se prestes a ter um de seus (vários) confrontos no filme. Os estilos são paralelamente opostos e o segundo questiona "você achou que teríamos uma briga de rua?" Statham, classudo, inglês, equipado - um ex-espião da Rainha... o James Bond perfeito. Diesel, desleixado, inchado, suado - o representante das ruas. É o contraponto que o roteirista Chris Morgan encontrou de antagonizar o velho e o novo, o exagero inocente do passado dos filmes de 007 à nova geração.

Se Bond lutava pelo seu país, porém, Toretto nunca mudou seu objetivo: manter sua família à salvo. Com os anos o elenco ficou menos enjoado e encontrou diversão na marra e na descompostura, mas o núcleo familiar nunca mudou. Toretto fez questão de garantir esse sentimento em todos os filmes em que participou. Daí vem a parte mais aguardada do filme, a homenagem a Paul Walker. É difícil não ficar tocado com as homenagens à Walker. Eu mesmo não consegui segurar as lágrimas. A família do cinema, para Diesel, que tanto deve à franquia, estendeu-se para fora das telas e a conclusão tem grande dignidade nesse sentido, com direito a frases do tipo "ele vai estar sempre comigo" ou "será para sempre meu irmão", é realmente emocionante ver uma equipe ter que dizer adeus a um de seus integrantes.

Ruim(*) Regular(**) Bom(***) Ótimo(****) Excelente(*****)

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